Os registros de mortes de macacos com sintomas de febre amarela no ES tem preocupado a população, mas a Sesa garante que o estado está fora da área de risco.
Desde o inicio do ano, a Secretaria Estadual de Saúde registrou a morte de um número considerável de macacos nas regiões Sul e Noroeste do Espírito Santo. A suspeita dos 54 macacos mortos, é que seja um surto de febre amarela no estado. Contudo, o número pode chegar a 80, com a confirmação de outros casos.
A ameaça de surto de febre amarela no ES, está ligado ao Estado vizinho, Minas Gerais, maior destino dos capixabas. São mais de 150 cidades mineiras afetadas, e já foi decretada uma situação de emergência em saúde publica por 180 dias nas áreas, a onde está ocorrendo o surto. Nos primeiros 13 dias de 2017, 30 pessoas morreram com os sintomas da doença.
Em Colatina, a 220 quilômetros da cidade mineira de Governador Valadares foram registradas parte das mortes dos macacos. O município mineiro é uma das quatro regionais de saúde que tiveram decretado situação de emergência, pelo Governador Fernando Pimentel (PT), isso depois do registro das 38 pessoas mortas por suspeita da doença.
As cidades de Teófilo Otoni (Vale do Mucuri), Coronel Fabriciano (Vale do Aço) e Manhumirim (Zona da Mata), que tiveram situação de emergência decretada pelo governador, também não estão distantes do Espírito Santo. O decreto, envolve um total de 152 cidades mineiras.
Os óbitos dos macacos registrados no território capixaba deixaram as autoridades de saúde do ES em estado de alerta. Considerado até agora, fora da zona de risco da febre amarela. Porém, o grande numero de primatas mortos em um curto período de tempo dá vazão para a ocorrência de indicio da doença, e também funciona como um alerta para evitar que ela atinja humanos.
No Espírito Santo já foram confirmados 06 casos de pessoas com sintomas de febre amarela. Essa situação tem deixado a população assustada e preocupada. Mas, segundo informações do Centro de Emergência em Saúde Pública da Sesa, não há motivo para pânico, apesar da morte dos animais, dos casos registrados e da proximidade do risco, o ES ainda, não é considerado área de incidência da doença.
A suspeita do aumento de casos de febre amarela em Minas Gerais conforme dados da Fiocruz, é que o surto da doença pode estar relacionado com o acontecimento em 2015 do desastre da Samarco. Essa hipótese tem relação com a localização das cidades mineiras que apresentaram casos de pacientes com sintomas de febre amarela.
Grande parte destas cidades estão localizadas na região próxima ao Rio Doce, que foi bastante afetado com o rompimento da barragem de rejeitos da mineradora, em novembro de 2015. Pesquisas apontam que as mudanças bruscas no ambiente provocam grandes impactos na saúde dos animais, principalmente dos macacos. Pois, o stress dos animais com desastres, a falta de alimentos, isso os deixa vulneráveis a doenças, como a febre amarela.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), informou a chegada das 350 mil doses de vacina contra a febre amarela no ES, e são aguardadas mais 150 mil doses na sexta-feira (20). Segundo a Sesa, a previsão é que a vacinação nos 26 municípios do estado que ficam na divisa com Minas Gerais deve começar na segunda-feira (23). As doses da vacina foram enviadas pelo Ministério da Saúde.
O governo ressaltou que, no Espírito Santo não há áreas de risco. A orientação é vacinar somente quem vai viajar para locais onde há surto da febre amarela, fora do estado.