Por que e Por quem Lutamos

Texto e imagem do Professor Fábio Borges
Texto e imagem do Professor Fábio Borges

A mídia, essencialmente comercial, ignora determinadas greves de algumas classes trabalhistas. Alguns meios de comunicação até criticam essas greves, taxando-as de desnecessárias e prejudiciais ao bom andamento do Status Quo.

A greve dos professores da rede estadual de ensino, deflagrada na última terça-feira, dia 08/04/2014 em assembleia da categoria, é legítima, é imprescindível e, assim sendo, a única medida a se tomar.

Longe de ser apenas um clamor pela reposição das perdas salariais da categoria, essa greve pleiteia um leque de mudanças no sistema em sí, que tornariam a nossa Educação um exemplo Real de bom gerenciamento logístico. Estrutura física das escolas, distribuição gratuita de material didático, em tempo hábil e devidamente adaptado ao público alvo, melhorias na segurança nas unidades de ensino, apoio integral a projetos nas áreas de cultura e esporte visando à interdisciplinaridade, são alguns dos pontos unânimes em pauta.

Nosso município já convive com a má gestão do Ensino Fundamental, cuja responsabilidade é da Prefeitura e cujo secretariado prefere divulgar falsos índices de um sucesso que só por ele é vislumbrado. Na questão da responsabilidade do Estado quanto ao Ensino Médio e a Educação de Jovens e Adultos, a situação não é diferente: as perdas salariais da categoria dos docentes já são responsáveis pela troca de profissão de valorosos professores, que procuram empregos que lhes deem a dignidade do sustento com os seus proventos.

A categoria dos docentes perdeu direitos trabalhistas enquanto outras categorias os ganham, como alimentação, plano de carreira, transporte outros mais. Para tentar reverter esse quadro de eternas perdas, a greve foi a solução. Tanto no município da Serra quanto no Estado do espírito Santo, o número de professores atuando em Designação Temporária é além do permitido, e esses contratados são quase desprovidos de direitos dados aos efetivos, apesar de trabalharem a mesma carga horária e terem os mesmos deveres a cumprir. Além desse desnivelamento dentro de uma mesma categoria, em caso de greve, os DTs sofrem uma pressão desumana quando aderem às greves, inclusive correndo o risco da perda de seus contratos.

Aqui na Serra, esse veículo de comunicação, o Serra Notícias, faz o que os conglomerados midiáticos se negam a fazer: apoiar as reivindicações dos professores, afinal, teríamos veículos de comunicação sem professores? Apesar dessa dicotomia, por eles também lutamos: A Liberdade de Expressão!