Texto: Maurilen de Paulo Cruz
Com diversidade de estilos, abordagens e temáticas, uma verdadeira “festa literária” está programada para o Centro Comunitário do Parque Residencial Laranjeiras (Serra) dia 15 de outubro (quarta-feira), às 19 horas, com o lançamento de 11 livros. Na programação também o espetáculo “A Magia do Circo na Escola”, de Francisco Rodrigues Amâncio, e a Banda de Congo Mirim Sant’Ana, de Manguinhos (balneário da Serra).
Nove dos 11 livros foram viabilizados pela Lei Chico Prego (de incentivo à cultura do Município da Serra), um foi viabilizado pela Lei Rubem Braga (do Município de Vitória) e o outro, pela Escola Linus de Jacaraípe (Serra). O espetáculo de mágica também recebeu incentivo da Lei Chico Prego.
O destaque dos livros é a republicação de “Presença”, que a serrana Judith Leão Castello Ribeiro (1898-1982) lançou em 1980, ampliado pela responsável pela nova edição, Ester Abreu Vieira de Oliveira. “Queremos que sua memória e exemplo [de Judith] sejam resgatados, para dá-los a conhecer às novas gerações”, explica Ester na “Apresentação”.
O poeta serrano Teodorico Boa Morte participa duplamente, com uma nova tiragem da 6ª edição de seu cordel sobre a Insurreição do Queimado e um apanhado de histórias infantis e lendas que vem coletando desde sua adolescência na Serra.
Títulos dos 11 livros
1) “Presença de Judith Leão Castello Ribeiro”, organizadora: Ester Abreu Vieira de Oliveira. Reedição do livro “Presença” (1980), de crônicas, discursos, projetos e outros textos de Judith Castello, ampliado com biografia de Judith e opiniões de intelectuais locais e nacionais.
2) “Insurreição do Queimado em Versos de Cordel” (reedição), de Teodorico Boa Morte. O poeta “mostra” a Insurreição do Queimado (Município da Serra) do ponto de vista dos escravos que a iniciaram, em 20/03/1849, assim “colocando” o leitor no meio dos amotinados.
3) “A Corda Bamba” (romance policial), de Pedro Paulo de Souza Nunes. Um policial civil de ficha exemplar entra na mira de uma rede de corrupção ao investigar um assassinato dado como latrocínio.
4) “Revivendo as Trilhas de Anchieta: Os Jesuítas e a Obra de Anchieta no Brasil e no Espírito Santo”, de Gabriel Augusto de Mello Bittencourt. A visão do experiente historiador capixaba sobre a vida e a obra do jesuíta que a Igreja Católica proclamou santo no início deste ano.
5) “Patronos e Acadêmicos da Academia Espírito-Santense de Letras” (4ª edição), Francisco Aurélio Ribeiro. Biografias dos cerca de 170 escritores que passaram (ou que ainda fazem parte) da Academia Capixaba ao longo de seus 94 anos.
6) “Verdades de uma Vida (Memórias de um Filho de Imigrantes Italianos)”, de Luiz Ferraço. Crônicas de um capixaba que sempre trabalhou (e continua atuando, aos 96 anos) na zona rural, fosse como agricultor, pecuarista ou extraindo madeira.
7) “Totó e o Burrico Zenildo no Sítio”, de Norma Helena da Silva Agrizzi. Ilustrada e colorida lição de solidariedade para crianças entre 2 e 8 anos, ensinando-as a não revidar a maldade que recebam e sim, se necessário, até mesmo socorrer o “inimigo”.
8) “De Lírio a Lirismo”, de Marcos José Bubach. Poesias com o amor como tema, que o autor atribui a “Mário Portela”, um de seus heterônimos, de quem diz no livro anterior, “Outros de Mim”: “Conquistador nato, amante assumido, não mede esforços para ter quem o apraz.”
9) “Nos Caminhos da Vida em Delírios”, de Odicéa Almeida de Oliveira. A história de vida da autora leva o leitor a pensar em sua própria história: personagens, locais, situações podem ser diferentes, mas está presente uma carga de humanidade que é igual na vida de todo mundo.
Não são da Lei Chico Prego:
1) “Serra, Serra, Serrador”, de Teodorico Boa Morte (editora: Escola Linus de Jacaraípe). Reunião de brincadeiras infantis e lendas da Serra que o autor vem recolhendo ao longo de sua vida de músico, poeta e folclorista.
2) “Ternura no Papel”, de Marcia Couto Zanandrea (Lei Rubem Braga, de Vitória). Poesias plenas da ternura e da leveza com que a autora, que também é artista plástica e musicista, manipula seus pinceis e instrumentos.